Incêndios florestais brasileiros emitiram mais de quatro milhões de toneladas de carbono apenas em fevereiro. A quantidade é maior do que as rastreadas no país há duas décadas. Os dados são de captações de emissões do Copernicus, observatório climático e atmosférico europeu, que funciona desde 2003.
Roraima teve o maior índice de incêndios do país em fevereiro. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esse mês teve cerca de dois mil focos de incêndio ativos. O fogo atingiu grande parte de terras indígenas Yanomami no estado. Também, a área da Amazônia Legal registrou quase três mil queimadas ao longo do mesmo mês, segundo o Instituto.
Foto: Gustavo Basso/DW
O Ministério do Meio Ambiente divulgou em comunicado que o pico da seca, que está sendo intensificado pelo El Niño, fenômeno que aquece a água do oceano e desvia as chuvas, é a causa do aumento dos incêndios. Por outro lado, um estudo da World Weather Attribution (WWA) aponta que o principal motivo do atual cenário são as mudanças climáticas em consequência do aquecimento global. Além disso, a Associação Hutukara Yanomami (HAY), através de detecção pelo Sistema de Alertas da TI Yanomami, ferramenta que recebe e analisa denúncias, observa ocorrências de desmatamento ilegal associado ao garimpo no local.
O Copernicus mostra que não apenas o Brasil, mas também Venezuela e Bolívia são líderes em emissões de carbono na América Latina. As estimativas são de mais de cinco milhões da Venezuela e cerca de 300 mil toneladas emitidas pela Bolívia.
Redatora: Mylena Larrubia
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