O carbono captado da atmosfera ou dos oceanos e armazenado nos sistemas costeiros e marinhos durante o processo de fotossíntese, é denominado “carbono azul”. Estudos mostram que os manguezais, pântanos salgados e gramas marinhas possuem maior capacidade de absorção desse elemento do que a vegetação terrestre. Além disso, ele é um potencial agente da redução das mudanças climáticas.
Seu armazenamento protege a área da costa contra deslizamentos de terra, tempestades, fornece recursos pesqueiros e outros benefícios. Os ambientes costeiros absorvem cerca de 50% de todo carbono que capturam e utilizam apenas 2% da área oceânica. Esse elemento pode ser encontrado em todos os continentes, com exceção da Antártica.
Fonte: The Blue Carbon Initiative | Reprodução
OS MANGUEZAIS E O CARBONO AZUL
Estima-se que os manguezais e seus solos associados absorvam cerca de 22,8 milhões de toneladas de carbono anualmente e, quando estão em bom estado de conservação, são, consequentemente, excelentes mitigadores dos problemas ocasionados pelas mudanças climáticas, além de proporcionar a preservação da biodiversidade e aumento dos benefícios da natureza aos seres humanos. Embora os benefícios dos manguezais sejam reconhecidos, ainda existem ameaças pela perda da cobertura vegetal e redução da qualidade dos ambientes aquáticos.
Segundo a Drª Fanny Douvere, coordenadora do Programa Marinho do Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO em Paris (FRA), os ecossistemas de carbono azul podem remover cerca de 0,5% das emissões globais atuais, quando restaurados, além de se relacionarem a outros modos de subsistência. Esses ecossistemas são capazes de absorver carbono 40 vezes mais rápido do que as florestas e, no Brasil, ocupam 1,1 milhão de hectares, estando presentes em 338 municípios.
Uma das maneiras de promover o funcionamento desse sistema é a implantação dos créditos de carbono azul.
Fonte: ONU Brasil | Reprodução
COMO FUNCIONAM OS CRÉDITOS DE CARBONO AZUL?
Na tentativa de amenizar as emissões de carbono na atmosfera foram criados os créditos de carbono, alternativas que compensam a eliminação do carbono mediante doações e transações corporativas. Quando direcionados ao CO2 armazenado por ambientes costeiros, esse mercado recebe o nome de “créditos de carbono azul”.
Os projetos existentes nesta área ainda estão em fase inicial, mas são promissores visto que essa área pode corresponder a 10% das emissões globais.
THE BLUE CARBON INITIATIVE
Com foco na redução das mudanças climáticas e na promoção da conscientização sobre a importância dos ecossistemas costeiros e marinhos, o programa “The Blue Carbon Initiative” traz a proposta de conservação e restauração desses sistemas, reunindo agentes governamentais, instituições de pesquisas, instituições do Terceiro Setor e a comunidade geral e atuando com duas frentes principais: os grupos de trabalho científico e de políticas.
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