Os impactos ambientais negativos têm sua origem nos mais variados setores de produção de bens e serviços, contribuindo para a poluição e redução da disponibilidade de recursos naturais, influenciando nas alterações do clima. Entre as áreas que participam ativamente dessa contribuição, temos a indústria da moda que, conforme relatório da ONU de 2019, é responsável por 20% do desperdício de água global, além de gerar entre 2% e 8% dos gases de efeito estufa na atmosfera, nas atividades de fabricação de roupas e calçados.
As peças de vestuário, em tempos atuais, passam por uma tendência de incentivo ao consumo e descarte mais veloz, denominado fast fashion. Esse termo surgiu em 1970, mas só foi consolidado na década de 90, sendo utilizado pela mídia para denominar as constantes variações nas tendências de moda pela indústria têxtil. Historicamente, esse padrão de consumo foi uma resposta à crise do petróleo, apresentando-se como uma estratégia para escoar a produção. Sua ocorrência se dá a partir da observação dos produtos de maior interesse da população e reprodução dessas peças em larga escala e em qualidade inferior às das grandes marcas, refletindo na disponibilidade dos mesmos produtos ao redor do mundo (moda globalizada).
Fonte: uMode | Reprodução
Em comparação com os modos de produção de roupas de marcas que prezam pelo consumo em baixa escala e reaproveitamento das peças, os itens do fast fashion emitem 400% mais emissões de carbono, de acordo com a revista “Forbes”. Além disso, outros malefícios estão relacionados a esse movimento, como o poliéster, cuja emissão anual pela indústria têxtil corresponde a 32 das 57 milhões de toneladas globais. O baixo reaproveitamento no processo produtivo também é preocupante, visto que 25% de tudo que é produzido é destinado ao lixo, gerando uma perda de US$500 bilhões de roupas descartadas nos aterros.
O impacto social
Outro aspecto que causa preocupação é o impacto social por trás desse modelo de produção e consumo desenfreados. Boa parte da produção de peças de vestuário é terceirizada ou até mesmo quarteirizada e nas empresas que realizam esse tipo de serviço, no geral, os trabalhadores são expostos à condições subumanas de trabalho, nos países subdesenvolvidos.
Como ajudar?
Para você, leitor do Canal Novo Mundo, atualizado com os assuntos que orientam nossas ações em busca de alcançar o desenvolvimento sustentável no dia-a-dia, aí vão algumas dicas alternativas ao consumo no modelo fast fashion:
Evitar o descarte de roupas - você pode customizá-las ou fazer novas combinações, tornando-as mais duráveis e evitando o desperdício, realizar doação das peças ou até mesmo transformá-las em novos produtos (bolsas, estojos, colchas etc.);
Caso não seja possível evitar o descarte, encaminhe para postos de coleta próximos à sua residência;
É possível também revender as peças a um preço acessível ou alugar;
Outra dica importante é comprar peças de brechós e bazares.
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