O conceito de justiça climática é proveniente de movimentos socioambientais e surge em resposta às desigualdades dos riscos da crise climática. Como movimento, defende que nenhum grupo de pessoas deve suportar uma parcela desproporcional das consequências ambientais negativas. Dito isso, os efeitos das mudanças climáticas não são distribuídos igualmente, já que algumas populações são claramente mais afetadas.
As comunidades mais vulneráveis estão enquadradas como vítimas de uma injustiça e de um racismo ambiental. Visto que, no Brasil, ocorreu um crescimento populacional desenfreado nas cidades e os planejamentos de gestão são precários. Com isso, houve concentrações demográficas em espaços que não são adequados para habitações, como em morros, sendo que os moradores dessas regiões são majoritariamente pretos e pobres. Além dessas comunidades não receberem direitos básicos de forma eficaz, vulnerabilizando ainda mais suas existências.
Visualizando em uma maior escala, a injustiça climática é mais evidente em países do sul global, principalmente. Os países mais “desenvolvidos” tendem a terceirizar o sofrimento, ao enviarem atividades de alta danosidade para países mais pobres, e ainda querem passar uma imagem de países sustentáveis, mas claro, eles não sentem os efeitos de suas próprias ações.
Os países e as classes dominantes são os responsáveis pela crise climática, porém não sofrem com as implicações. Enquanto os povos tradicionais e periféricos, que contribuíram pouquíssimo para a crise, são os mais abalados. Eles enfrentam a perda de seus meios de subsistência devido à degradação ambiental, a escassez de recursos naturais e a destruição de suas casas e comunidades devido aos eventos climáticos extremos.
Logo, o movimento de justiça climática luta pelo enfrentamento dessas disparidades, com a criação de políticas e investimentos direcionados, e luta para combater as mudanças climáticas urgentemente. Isso é garantido pela nossa Constituição de 1988, em seu artigo 225, no qual tem como enfoque que todos os seres humanos têm direito de viver num meio ambiente ecologicamente equilibrado, indispensável para a sua sobrevivência, tanto no presente como para as gerações futuras.
Texto escrito por: Beatriz Wong
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