É crescente o número de denúncias de lixos estrangeiros nas praias brasileiras. O que mais chama atenção são garrafas plásticas com rótulos asiáticos, principalmente de origem chinesa. A marca Nongfu Spring, uma das principais do setor de bebidas, é encontrada de forma recorrente no litoral do Brasil, sendo avistada nas praias da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte.
Inclusive, seu dono, o empresário Zhong Shanshan, já ocupou o posto de homem mais rico da China. A BBC News entrou em contato com a empresa perguntando se eles sabiam que suas embalagens estão poluindo praias do Brasil, e se a companhia tem alguma iniciativa para reduzir a poluição por plástico no mundo, mas não obtiveram resposta.
Infelizmente, apesar de ser a marca predominante, a Nongfu Spring não é a única embalagem encontrada na costa do país. A lista inclui itens fabricados no exterior de marcas conhecidas no Brasil, como Coca-Cola, Fanta e Pepsi. Denúncias feitas aos canais da BBC News mencionam maioria dos estados litorâneos brasileiros, inclusive arquipélagos e ilhas reconhecidas como santuários ecológicos, como Fernando de Noronha (PE), Ilha do Cardoso (SP) e Ilha do Mel (PR).

Segundo Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição marinha, os navios oceânicos são responsáveis por esse descarte irregular. A China domina o comércio marítimo global, o que influencia na predominância de resíduos chineses no mar, mas esses materiais também têm origem de outros países asiáticos, como Malásia, Cingapura, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.

Muitas embarcações descartam no mar o material orgânico para evitar o mau cheiro, mas os recicláveis não costumam ser separados adequadamente, acarretando no aumento da poluição hídrica. Além disso, há navios que descartam irregularmente para economizar nas taxas de coleta dos portos, que variam conforme a quantidade de material.
A Associação de Donos de Navios Asiáticos (ASA) disse considerar "altamente deplorável" o descarte de lixo na costa brasileira e promover "práticas de navegação ambientalmente responsáveis". Também diz representar 52% da frota de navios mercantes do mundo.
No Brasil, a missão de combater a poluição em praias e águas costeiras cabe a diferentes órgãos de governo: a Marinha, responsável por fiscalizar navios em águas brasileiras, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que define diretrizes sobre taxas e tarifas em portos, e o Ministério de Portos e Aeroportos, a cargo de regular o setor portuário.

Dessa forma, até nossas praias que são referência de preservação ambiental são impactadas pela poluição de resíduos sólidos. Portanto, é preciso da união dessas diferentes instituições para solucionar esse problema. Adicionar taxa fixa para coleta de resíduos dos navios, por exemplo, evitaria essa necessidade de descartar nos oceanos para economizar. Mas é preciso também maior articulação diplomática entre o Brasil e responsáveis pelas frotas marinhas para que haja devida responsabilização dos infratores e para prevenir esses danos ao país.
Enquanto alguns governos e empresas se negam a desacelerar o colapso da nossa sociedade, outros nadam contra essa corrente e propõem desafios pessoais acessíveis para quem mais está sentindo e sofrendo com as mudanças climáticas: nós.
É o caso do Projeto Mãos na Terra, idealizado pelo Instituto EcoCria, esse projeto nasceu com um único propósito: restaurar áreas degradadas e transformar vidas na cidade de Araruama, no Rio de Janeiro.
O Mãos na Terra não só planta árvores, mas também semeia conhecimento, oportunidades e um futuro mais verde. A criação de um viveiro de mudas permitirá o plantio de 5.000 árvores frutíferas e nativas, ajudando a recuperar 10.000m² de terra no primeiro ano. Mas não para por aí: 20 famílias locais poderão gerar renda com a comercialização dos frutos e, além disso, parte dos alimentos será doada a quem mais precisa.
Para que esse sonho ganhe raízes e floresça, precisamos da sua ajuda! Com uma contribuição, você nos ajuda a adquirir materiais, ferramentas e insumos necessários para transformar esse projeto em realidade. É isso mesmo: a partir de R$10 você já vai estar ajudando a mudar vidas!
Vamos juntos plantar um futuro melhor? Seu apoio vai fazer toda a diferença!
Redatora: Nina Fontana
Fonte: BBC News
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