Os microplásticos são pequenas partículas plásticas insolúveis em água que podem medir até 5 mm. Esses fragmentos estão distribuídos por todo o planeta, presentes em produtos ou embalagens que contenham plástico em sua composição. O descarte inadequado de resíduos plásticos tem resultado em diversos impactos ambientais. Além disso, estima-se que 60% do total de resíduos plásticos produzidos ao redor do mundo nos últimos 65 anos estejam acumulados em aterros sanitários e no meio ambiente. Essas condições propiciam a formação dos microplásticos (MPs), que têm sido investigados em ecossistemas aquáticos e terrestres em diferentes locais ao redor do mundo devido à sua ampla distribuição.
Imagem: Pesquisa, UFPA, 2019
Uma matéria publicada pela BBC News Brasil em janeiro deste ano relata que essas partículas minúsculas de material antropogênico já foram encontradas no gelo do Oceano Antártico, dentro do intestino de animais marinhos que habitam os locais mais profundos dos oceanos e na água potável de todo o mundo. Agora, um novo estudo concluiu que a água engarrafada pode conter até 100 vezes mais pedaços minúsculos de plástico do que o estimado anteriormente. Em relação a isso, uma análise das evidências científicas disponíveis realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 e 2020 concluiu que ainda há poucas pesquisas para determinar se o consumo ou a inalação de microplásticos representa risco à saúde humana. No entanto, a OMS alertou que os fragmentos menores, com menos de 10 micrômetros, provavelmente são absorvidos biologicamente.
Por outro lado, em 2022, um estudo publicado pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, concluiu que entre 86 e 710 trilhões de partículas de microplásticos contaminam terras agrícolas na Europa todos os anos. Isso significa que podemos estar ingerindo involuntariamente minúsculos fragmentos de plástico em cada garfada da nossa alimentação. Estudos parecem indicar, por exemplo, que o plástico tende a se acumular nas raízes das plantas, o que significa que vegetais folhosos, como a alface, podem ter concentrações de plástico menores do que cenouras, nabos e rabanetes.
Pesquisadores estão desenvolvendo uma série de técnicas para tentar eliminar a poluição causada pelo plástico no meio ambiente. Uma possibilidade é procurar fungos e bactérias que se alimentem de plástico e decomponham o material durante o processo. Há também uma espécie de larva de besouro que pode se alimentar de poliestireno, sendo outra possível solução. Outros pesquisadores estão examinando técnicas de filtragem de água e tratamentos químicos que possam remover o microplástico, e até o uso de ímãs está sendo estudado para combater o problema.
E nós, como cidadãos, o que temos feito para frear esse contaminante invisível? Precisamos desacelerar nossas ações consumistas, reduzindo a aquisição de materiais plásticos, substituindo as embalagens, diminuindo o descarte irregular e reutilizando. É necessário também repensar nossas ações e apoiar associações e projetos socioambientais que estão na luta por essa causa. Juntos podemos reduzir e construir um novo mundo.
Redatora: Cristiane Silva
Fonte: Álvarez-Lopeztello, J., Robles, C., & del Castillo, R. F. (2021). Microplastic pollution in 13 neotropical rainforest, savanna, pine plantations, and pasture soils in lowland areas of 14 Oaxaca, Mexico: Preliminary results. Ecological Indicators, 121, 107084. DOI: 15 10.1016/j.ecolind.2020.107084 Matéria BBC NEWS Brasil encontrada: https://www.bbc.com/future/article/20240110-microplastics-are-everywhere-is-it-possible-to-reduce-our-exposure
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