A produção de resíduos sólidos urbanos em larga escala está modificando as paisagens das cidades e provocando resultados cada vez mais danosos à população.
A nível nacional, cada cidadão gerou cerca de 390kg de resíduos no último ano, conforme o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2021. Essa produção elevada ocasiona graves problemas para a saúde pública, quando não recebem destinação e tratamento adequados, além de ter impacto negativo nos recursos naturais e na economia, a nível local e global.
Como forma de aproveitar os resíduos e atender às necessidades de geração de energia limpa, ou seja, aquela que tem baixa emissão de gases poluentes frente às fontes tradicionais e provém de origens renováveis, a transformação dos resíduos em biogás se apresenta como uma alternativa, podendo ser aplicado como fonte de energia elétrica ou de combustível para automóveis, por exemplo. Embora ainda exista a falta de amparo normativo para a prática do uso desse recurso, os resíduos sólidos urbanos podem ter seu volume reduzido em até 90%, conforme estudo realizado por Carvalho et al., 2019.
Afinal, o que é o biogás e como ele é produzido?
O biogás pode ser entendido como um biocombustível oriundo da decomposição de matéria orgânica proveniente de diferentes origens. Esse produto teve suas primeiras experiências comerciais na década de 70 no Brasil e sua produção pode acontecer nos próprios aterros sanitários ou em biodigestores.
Após a coleta dos resíduos sólidos eles são enviados para os aterros ou biodigestores, onde são submetidos a acomodação em ambientes sem oxigênio (anaeróbios), nos quais são decompostos em matéria orgânica. A partir desse procedimento é possível coletar o biogás gerado pelo processo de digestão anaeróbica. A depender da finalidade para a qual será aplicado, o produto deverá passar por diferentes níveis de tratamento.
Para gerar eletricidade a partir do biogás são empregados 3 tipos de tecnologia, adotadas conforme a capacidade do local em que está sendo gerada e da disponibilidade econômica:
Motores de combustão interna;
Turbinas a gás;
Microturbinas.
Comparativamente, a produção de biogás apresenta-se de maneira mais eficiente em biodigestores do que nos aterros, visto que em 18 dias a primeira alternativa consegue gerar cerca de metade do que seria produzido na segunda alternativa em um período de 80 anos (EPE, 2014). Outro ponto no qual a tecnologia de bogdigestores se destaca é no cenário econômico, pois pode fornecer mais do que o dobro em receitas.
Referências Bibliográficas
ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil – 2021. São Paulo, 2021. 54 p.
CARVALHO, Ruy de Quadros et al. Oportunidades enterradas: geração elétrica a partir do Biogás de resíduos sólidos urbanos. Vitória: EDUFES, 2019. 320 p.
EPE. Empresa de Pesquisa Energética. Economicidade e competitividade no aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro, out. 2014. 40 p. (Série Recursos Energéticos, Nota Técnica DEA 16/14).
REIS, Liege. O que é Biogás? CIBIOGAS Energias Renováveis, 25 Jul. 2019. Disponível em: https://cibiogas.org/blog-post/o-que-e-biogas/ Acesso em: 16 mai. 2022.
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STADLER Anlagenbau GmbH. Plantas de Separação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Disponível em: https://w-stadler.de/pt/plantas-de-triagem/residuos-solidos-urbanos Acesso em: 21 mai. 2022.
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