A Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) analisa que o desenvolvimento da bioeconomia poderá acarretar em um faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões por ano até 2050. Como o Brasil é um dos países com a maior biodiversidade do mundo, a bioeconomia é um aspecto bastante promissor.
O uso ambientalmente adequado dos insumos biológicos abre portas para inúmeras oportunidades de negócios, assim contribuindo com o desenvolvimento econômico e social, além de poder impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico. Para tal feito, é preciso haver investimentos em ações que promovem a mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), consolidar o papel da biomassa na matriz energética e elétrica do país, e intensificar as tecnologias biorrenováveis.
O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, salienta que: “Uma política sobre bioeconomia deve ser capaz de estimular mais investimento em ciência, tecnologia e inovação, por meio de políticas de apoio ao desenvolvimento privado e à cooperação internacional. A rede de inovação existente no país precisa ser expandida, integrando os diferentes atores. Em resumo, são necessárias ações coordenadas que priorizem o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação, o estabelecimento de um ambiente regulatório equilibrado e a valorização de modelos de negócio de impacto”.
No que diz respeito ao investimento em pesquisa e inovação, os recursos cumpridos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para fomento de diferentes iniciativas em bioeconomia chegaram a quase R$ 200 milhões em 2022. Esses recursos são destinados para startups, empresas e centros de pesquisa submeterem projetos na área nos segmentos de química de renováveis, produção de bioenergia, cosméticos, produtos de higiene e fármacos, moléculas para doenças na agricultura, tecnologias para biorrefinarias e sistemas agroflorestais e manejo sustentável.
Além disso, a bioeconomia pode se estender em diversas atividades, como na agricultura, no extrativismo e na indústria. Alguns segmentos que ela pode agir são os de químicos, energias renováveis, tecnologia de biorrefinarias, fármacos e cosméticos, suplementos alimentares, agricultura sustentável, desenvolvimento de biodefensivos, biofármacos para doenças humanas e animais e reaproveitamento de resíduos industriais.
A título de exemplo da bioeconomia em prática, um campo que ganhou bastante investimento nesses anos é o das proteínas alternativas, que prometem ser uma solução sustentável para o aumento da produção de alimentos e a redução das emissões.
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