É inegável que as temperaturas estão cada vez mais elevadas, o que vem ocasionando uma nova onda de branqueamento de corais, afetando negativamente a biodiversidade marinha de maneira drástica. De acordo com a Agência de Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, sigla em inglês) esta já é a quarta onda global conhecida de branqueamento em massa de corais.
O branqueamento de corais ocorre quando o coral é submetido a situações adversas e a temperatura muito quente da água é uma delas. Foi confirmado pela NOAA que os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico estão sofrendo com a quarta onda de branqueamento, registrada desde fevereiro de 2023 até o presente momento, sendo a primeira comprovação global de como o calor vem impactando de forma negativa a vida marinha.
Os corais são animais de extrema importância para a manutenção da vida oceânica, além de sustentar a pesca, os recifes de corais geram trilhões de dólares em receitas anualmente.
Os alertas se iniciaram no ano passado, no Caribe, então, o calor seguiu para o hemisfério sul e já afetou mais da metade de corais do mundo, inclusive na Grande Barreira de Corais da Austrália e nas costas da Tanzânia, Ilhas Maurício, Brasil, Ilhas do Pacífico, além do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico.
As mudanças climáticas causadas pela emissão de gases provenientes da queima de petróleo, carvão e outros combustíveis fósseis, elevam as temperaturas do mar à medida que os oceanos absorvem. Além disso, a atuação do fenômeno natural El Niño, também contribuiu para o aumento das temperaturas desde junho de 2023.
Os corais são conhecidos como os arquitetos do mar e são cruciais para a vida no planeta, responsáveis por construir grandes estruturas as quais abrigam 25% de todas as espécies marinhas.
Apesar de serem animais capazes de se recuperar de estresses térmicos, o que normalmente leva anos, os corais ficam enfraquecidos e mais suscetíveis a doenças e morte quando estão esbranquiçados.
O último branqueamento global em massa registrado ocorreu no período entre os anos de 2014 e 2016. A partir disso, as temperaturas dos oceanos se elevaram a tal ponto que a NOAA precisou emitir três novos níveis de alerta de calor.
É possível que os corais que vivem em águas mais profundas possam sobreviver a um aquecimento global de até 3ºC em relação ao período pré-industrial, entretanto, ainda assim, os recifes tal como conhecemos vão sofrer mudanças em definitivo e o trabalho de restauração em pequena escala não será suficiente para salvar os corais em uma escala mundial.
É urgente e vital a redução rápida e global das emissões dos gases do efeito estufa para que o aquecimento dos oceanos seja atenuado e que os corais tenham chance de sobrevivência. Devido a todos esses impactos, os corais se mostram como um alerta aos efeitos do aquecimento global no meio ambiente e na biodiversidade.
Redatora: Juliana Correia
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