No ano de 2020, somente no Brasil foram coletadas cerca de 290 mil toneladas de resíduos dos serviços de saúde (RSS), popularmente conhecidos como resíduos hospitalares. Esses materiais, considerados perigosos mesmo que em quantidades pequenas, muitas vezes não recebem destinação e tratamentos adequados, implicando no risco de poluição ambiental e de problemas de saúde pública.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/2010) classifica os resíduos dos serviços de saúde como aqueles originados dos serviços de saúde, por exemplo, os provenientes de clínicas, hospitais, laboratórios, centros de pesquisa e postos de saúde. Entre eles estão as seringas, lâminas, medicamentos vencidos, resíduos de serviços de radioterapia, ampolas, entre outros.
IMPACTO DA DESTINAÇÃO INCORRETA NAS PRAIAS
Os litorais do RN e da PB, em 2021, foram tomados por mais de 15 toneladas de resíduos sólidos (incluindo hospitalares) de origem não identificada. O ocorrido chamou atenção das autoridades e da população dados os danos que esses materiais apresentam à saúde dos seres humanos, animais e recursos naturais, como, por exemplo:
Aquisição direta ou indireta de doenças infecciosas;
Risco de contaminação radiológica e biológica;
Infecção por meio de perfurocortantes;
Risco de contaminação do meio ambiente por agentes químicos;
Favorecimento da degradação ambiental.
A poluição das praias com os resíduos de serviços de saúde expõe ao risco tanto à população que frequenta diretamente a praia ou suas imediações, como ao ecossistema local, favorecendo a contaminação pelo contato direto com o objeto descartado incorretamente ou por vias indiretas, como consumo de alimentos cultivados nas adjacências ou uso de água que tenha sido contaminada com material biológico, químico ou radiológico. Além desses fatores, a presença dos resíduos pode vir a limitar o uso do local de lazer.
Imagem: G1 | Reprodução
CONSEQUÊNCIAS DA PANDEMIA
A crise sanitária decorrente da pandemia ocasionada pela Covid-19 influenciou também na quantidade de resíduos de serviços de saúde presentes no litoral brasileiro. Os sistemas de descarte foram pressionados devido ao aumento do uso de EPIs descartáveis (como as máscaras), testagem e embalagem das vacinas, utilizados nos centros de saúde. Com essa sobrecarga o descarte inadequado atingiu níveis antes não presenciados, gerando um alerta emitido pela OMS a respeito do aumento da poluição ambiental impulsionada pelo descarte incorreto do lixo hospitalar, o que pode resultar no aumento do volume de plástico nos litorais e ambientes marinhos.
Imagem: O Globo | Reprodução
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