A sexta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-6) visa travar o avanço do que define como "tripla crise planetária": alterações climáticas, perda de natureza e biodiversidade, e poluição e resíduos. Reunindo chefes de Estado e mais de 7 mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, entre o final de fevereiro e 1º de março, a sexta sessão ocorreu na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Nairóbi, capital do Quênia. Durante duas semanas, as discussões estiveram sob o tema "Ações multilaterais eficazes, inclusivas e sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição", de acordo com sua declaração ministerial. Além da declaração, a UNEA-6 estabeleceu 15 resoluções e duas decisões.
As resoluções desta sessão foram: circularidade de uma agroindústria canavieira resiliente e de baixo carbono; emendas ao Instrumento para o estabelecimento do Mecanismo Global para o Meio Ambiente Reestruturado (GEF); reforçar o papel dos fóruns regionais, dos ministros do ambiente e dos escritórios regionais do PNUMA; promoção de colaborações para a implementação nacional de Acordos Ambientais Multilaterais (AMA); alinhar a extração e gestão de acordo com aspectos ambientais de minerais e metais; promover a ação nacional para enfrentar os desafios ambientais globais através da cooperação entre a UNEA, o PNUMA e os MEAs; combate às tempestades de areia e poeira; promover estilos de vida sustentáveis; gestão adequada de produtos químicos e resíduos; promover a cooperação regional em matéria de poluição atmosférica para melhorar a qualidade do ar a nível mundial; eliminar progressivamente os pesticidas altamente perigosos; assistência e recuperação ambiental em áreas afetadas por conflitos armados; soluções eficazes e inclusivas para fortalecer as políticas hídricas; reforçar os esforços para combater a desertificação e a degradação dos solos; e reforçar a gestão dos oceanos e dos mares.
Foto: UNEP
A UNEA-6 circulou em torno da ideia do multilateralismo como forma de envolver diferentes grupos e países para um enfrentamento eficaz da tripla crise planetária. Uma das decisões foi realizar a sétima sessão, a UNEA-7, de 8 a 12 de dezembro de 2025, no mesmo local, já com uma agenda provisória. Na segunda decisão, os Estados-Membros aprovaram cinco novos fundos fiduciários, nos quais se faz uma transferência direcionada, e a extensão dos fundos listados na decisão até 31 de dezembro de 2030, segundo resultados divulgados pelo UNEP.
As sessões da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente acontecem desde 2014. Na anterior, em 2022, o acordo foi em iniciar negociações acerca de um instrumento global com o intuito de acabar com a poluição plástica. A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, aponta que a sexta sessão acontece em um "momento crítico para o planeta", por conta da intensificação das mudanças climáticas, do número de espécies ameaçadas de extinção e da contínua poluição.
Redatora: Mylena Larrubia
Referências:
Comments