O desmatamento sempre foi uma grande preocupação para a proteção e preservação do meio ambiente. Desde a colonização, o país vem perdendo os seus habitats naturais nativos para a urbanização ou para a exploração de recursos naturais, o que causou a devastação de grandes áreas verdes e quase a destruição de biomas inteiros. Mesmo essa prática sendo ilegal desde 1998, sustentada pela Lei 9.605 e reforçada pela Lei 12.651/12 (Código Florestal), o desmate ainda é praticado atualmente por sua dificuldade de fiscalização e monitoramento. Sem discussão, a área mais desmatada hoje em dia é a Amazônia Legal, que engloba 61% do território brasileiro e 9 estados pertencentes à bacia Amazônica. Dados mostram que nos anos de 2019, 2020 e 2021, respectivamente, as áreas desmatadas foram de 771 mil hectares, 851 mil hectares e 977 mil hectares, demonstrando um crescimento exponencial da supressão da vegetação nativa.
Várias iniciativas já foram e são implantadas para o combate desta prática ilegal, dentre elas podemos destacar iniciativas governamentais ou não governamentais. As ações do governo podem ser divididas em planos de ação, fundos de pesquisa e projetos de reflorestamento, políticas públicas e estratégias de conservação. A participação de ONGs é voltada para o setor de comunicação, alertando os cidadãos do que acontece com a floresta, como o Greenpeace ou a SOS Amazônia.
O setor privado participa desta luta em forma de startups, ou seja, empresas com modelos de negócios de inovação em parceria com o poder público. A startup Climate tech brCarbon se destaca na batalha contra o desmatamento por promover soluções climáticas naturais, incentivando o financiamento de atividades do mercado de carbono para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas globais. Sua nova tecnologia chamada de LIDAR (do inglês Light Detection and Ranging) em parceria com o Projeto Cauaxi de conservação, em Paragominas (PA), está sendo palco da estréia do mapeamento em 3D de áreas de floresta.
O projeto tem como objetivo calcular a emissão de gás carbônico, enviando pelo controle do desmatamento e gerando crédito de carbono para produtores rurais por meio da conservação de áreas florestais dentro de suas propriedades. Além do monitoramento e ganho ambiental, a manutenção da preservação das florestas pode ser transformada em recurso financeiro para os proprietários.
Fonte: Agência Brasil
O sensor remoto utiliza uma tecnologia óptica de detecção e está acoplado em um drone para proporcionar uma maior precisão para a mensuração, reporte e verificação dos estoques de carbono florestal. O projeto também visa calcular a biodiversidade e os aspectos sociais, com cientistas que vão a comunidades situadas no entorno das florestas. A mensuração é feita por um inventário em campo, medindo as árvores, seu diâmetro, altura e estimando o carbono. Com essas informações, o sensor constrói um modelo estatístico e extrapola uma estimativa da biomassa, formando um mapa de toda a área que é sobrevoada pelo drone. Com isso, os pontos amostrais de pesquisa podem ser multiplicados em milhares de hectares, formando o georreferenciamento da área, a medição dos substratos florestais, estimativas de carbono acima do solo e a identificação e quantificação de clareiras.
O uso do LIDAR aerotransportado já é amplamente utilizado na Europa, Estados Unidos e em algumas iniciativas no Brasil para diversas aplicações florestais. O mapeamento com drones está inovando o trabalho de conservação dos biomas florestais. Com a altíssima resolução obtida pelo drone, é possível identificar espécies amazônicas e também mapear e localizar espécies para etapas que antecedem o Manejo Florestal Sustentável. Seu banco de dados vem sendo formado em parceria com instituições de pesquisa como o Laboratório de Silvicultura Tropical da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, que também usa o sistema drone/LIDAR para o mapeamento de florestas da Mata Atlântica e no Cerrado.
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